Era um choro contido, lágrimas não se via, mas era possível perceber a profunda tristeza pelo descompasso da respiração.
O sorriso forçado veio logo depois daquela fresa, "isso passa", proclamada assim tão sonoramente, porém agora, como nunca, totalmente sem sentido.
Não comeu. Ao trancar-se no quarto entregou-se a soluços aos pensamentos e as memórias, idéias remotas da perfeição.
A vida acabou passando como a frase havia proferido, mas já não era a mesma coisa. Alguns dias eram mais difíceis, os outros acabavam antes mesmo de pensar sobre eles. E foi assim, tropeçou em gente, mas ninguém era tão dela, tão ela quanto ele fora.
Sentia saudade daquela sensação que a tomava de corpo inteiro, mas era mais fácil sozinha. Optou pela vida simples, sem grandes problemas, sem grandes preocupações e principalmente sem grandes amores.
Encontrá-lo depois de meses foi quase um soco no estômago, sentiu uma fraqueza nas pernas, uma tontura, a pressão cair. E ele continuava como aquele menino, o primeiro amor da vida toda. Faltou-lhe coragem, acabou entrando na primeira loja que viu.
Voltou para casa com aquele choro contido preso na garganta, a respiração descompassada.


Os dias continuaram passando...


[ e continuarão pra mim tb.]

***

Não tenha receio de encarar e revelar quem você é. Sempre saiba que, em algum lugar do mundo, existe, ao menos, alguém como você. O que somos é aquilo que temos de maior valor. Atribuições positivas ou negativas a nossa pessoa nada mais são do que nomes dados à máscaras sociais. Nossa essência está além de qualquer julgamento.
Estevan | Email | 10.26.03 - 12:46 am | #

[pq tenho alguns amigos, que me entendem, mesmo sem serem tão reais assim]

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